Um gancho de ar

Nuvens soltas, num céu azul.
Aqui, lá, acolá, perfazem-se,
Entre as golfadas de ventos,
Um ou outro gancho de ar.

Por aqui, ele vem golpeando
As pétalas das rosas; tal igual,
Como se, uma foice, fosse.
E elas, ao vento, longe se vão…

Deixando-se levar para bem longe
Do roseiral – que agora – com as suas
Rosas despetaladas, – aturdido – fica:
Balançando-se de um lado para outro.

Desnudo. Apenas, com os seus pistilos
Encorpados aos seus botões maduros.
Contendo, dentro de si, novas sementes.
Protegidas nos cálices, em seus galhos:

E que agora ficaram desprovidos
Das intensas belezas em cores vivas
Dos avermelhados tons das rosas
De antes: tão replenas de pétalas.


Odenir Ferro (São Paulo, 1990). Escritor, poeta e Embaixador Universal da Paz.


Descubra mais sobre Philos

Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.

Publicado por:Philos

A revista das latinidades

Um comentário sobre ldquo;Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Odenir Ferro

O que você achou dessa leitura?